Pare para pensar se você é uma pessoa ansiosa. Se a resposta for positiva,
pense então se isso está gerando algum incômodo no seu dia a dia. Se novamente
você responder que sim, então é hora de buscar auxílio e adotar mudanças reais
no dia a dia.
Esse é o recado dos especialistas em Psicologia, que estão cada vez mais
recebendo a visita de brasileiros que sofrem de ansiedade. Não é a toa que ela
é tratada como a "doença do século". Um levantamento do Instituto de
Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom) aponta que de cada dez brasileiros sete
são ansiosos. Destes, quatro são diagnosticados com ansiedade patológica,
isto é, que ultrapassa o limite normal do ser humano, podendo desencadear
transtornos mentais e físicos. Nesses casos, a patologia se configura em
Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG). A neuropsicóloga Fernanda Queiroz diz que é importante a pessoa descobrir se a
ansiedade é normal ou patológica. Essa informação pode ajudar no tratamento,
mas também a evitar que agentes externos potencializem esse comportamento.
"Todo mundo é um pouco ansioso e nós precisamos dela porque há uma relação
com o instinto de sobrevivência. Ela servia como um alerta para o organismo dos
nossos ancestrais sobre a aproximação de animais ferozes ou de tribos rivais, por
exemplo", aponta. É claro que hoje não precisamos mais fugir dos animais, o que não significa que
não temos mais ameaças. No entanto, além do trabalho estressante, trânsito
caótico, volume de informações, entre outros fatores ambientais, já se sabe que
há um fator genético importante no TAG. Em 2008, cientistas da Alemanha e dos Estados Unidos relataram evidências
ligando genes ao comportamento ansioso. O estudo foi publicado na American
Psychological Association e mostrou que as pessoas que carregam uma variação
comum de um gene que regula o neurotransmissor dopamina, tiveram um reflexo de
"susto" exagerado quando visualizaram imagens desagradáveis. Com isso, os pesquisadores chegaram a uma explicação bioquímica do porquê
algumas pessoas acham mais difícil regular a excitação emocional. Um dos
pesquisadores, no entanto, ressaltou que essa variação genética "é
potencialmente apenas um dos muitos fatores que influenciam uma característica
tão complexa como a ansiedade." Uma pesquisa mais recente, publicada
no American Journal of Psychiatry mostrou ainda que a ansiedade pode ser
transmitida de pais para filhos por gerações, porém não apenas por questões
genéticas e sim por comportamento. O estudo foi conduzido por cientistas do
Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King College London, na
Inglaterra, com famílias com gêmeos idênticos e não idênticos, na faixa dos 45
anos e com filhos. Para chegar aos resultados, foi feita uma comparação das correlações entre as
crianças e seus pais, como o grau em que compartilham traços ansiosos, com as
correlações entre as crianças e co-gêmeos idênticos de seus pais (tio ou tia da
criança). A personalidade ansiosa dos pais foi autorrelatada por gêmeos usando
20 itens das Escalas de Karolinska da Personalidade. A conclusão é de que
a convivência é um fator para desenvolver a ansiedade porque as crianças e
adolescentes aprendem comportamentos ansiosos de seus pais e essa informação
pode ajudar as famílias a refletirem e buscar orientações para reduzir o
impacto de sua ansiedade sobre o desenvolvimento das crianças.
RECÉM-NASCIDOS
Em fevereiro, o Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (JAACAP) revelou um estudo que sugere que os primeiros fatores que permitem prever a ansiedade e a depressão podem ser observados no cérebro logo após o nascimento. Na pesquisa publicada pela Elsevier, "pesquisadores descobriram, ao analisar exames cerebrais em bebês, que a força e o padrão das conexões entre a amígdala e certas regiões cerebrais podem prever a probabilidade dos bebês desenvolverem maiores sintomas de internalização, tais como tristeza, timidez excessiva, nervosismo ou ansiedade de separação até os dois anos de idade. Tais sintomas estão sendo associados à depressão clínica e transtornos de ansiedade em crianças mais velhas e adultos."
RECÉM-NASCIDOS
Em fevereiro, o Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (JAACAP) revelou um estudo que sugere que os primeiros fatores que permitem prever a ansiedade e a depressão podem ser observados no cérebro logo após o nascimento. Na pesquisa publicada pela Elsevier, "pesquisadores descobriram, ao analisar exames cerebrais em bebês, que a força e o padrão das conexões entre a amígdala e certas regiões cerebrais podem prever a probabilidade dos bebês desenvolverem maiores sintomas de internalização, tais como tristeza, timidez excessiva, nervosismo ou ansiedade de separação até os dois anos de idade. Tais sintomas estão sendo associados à depressão clínica e transtornos de ansiedade em crianças mais velhas e adultos."
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