O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, afirmou nesta sexta-feira (12) que o governo tomará as medidas
necessárias para combater a inflação e controlar as expectativas dos
investidores, inclusive a elevação da taxa de juros, se necessário. "Não
titubeamos em tomar medidas. Inclusive, posso dizer que mesmo as medidas que
são consideradas menos populares são tomadas, por exemplo, em relação às taxas
juros quando isso é necessário", disse Mantega. Ele disse ainda que não se
pauta pelo calendário político para tomar medidas contra a alta dos preços.
"Se vocês olharem ao longo do tempo, nós elevamos juros em véspera de
eleição. Por exemplo, em 2010 nós elevamos taxa de juros. Portanto, não nos
pautamos por calendário político". Além disso, Mantega afirmou que a economia
vai continuar se recuperando ao longo deste ano. "O investimento realmente
deslanchou e deve se manter nessa trajetória ao longo de 2013", disse. O
ministro participou nesta manhã do seminário "Rumos da Economia", da
revista "Brasileiros", em São Paulo. Inflação estoura teto da meta. A
inflação oficial superou o teto da meta oficial do governo em março, pela
primeira vez em mais de um ano. Os alimentos mais uma vez pressionaram a alta
dos preços no país, com o tomate sendo eleito o grande vilão da inflação (alta
de 122,13% em um ano).
O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) subiu 6,59% nos últimos 12 meses. É a maior taxa desde
novembro de 2011, quando a inflação chegou a 6,64%. O Banco Central, que se
reúne na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros, tem como
meta a inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para
mais ou menos.
Juros podem subir
Na terça-feira (9), o presidente
do Banco Central, Alexandre Tombini, já havia afirmado ser possível que a
autoridade monetária tome outras ações para conter a inflação, reiterando que
se mantém cauteloso devido à permanência de incertezas em relação aos preços."Ações
foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para
decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário
econômico", disse.
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