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05/12/2017

IGREJA CATÓLICA DIZ QUE ABERTURA DE SUPERMERCADOS AOS DOMINGOS ESCRAVIZA FUNCIONÁRIOS E CONVOCA AUDIÊNCIA PÚBLICA

Igreja católica é contra a abertura de
supermercados aos Domingos
A Igreja Católica de Maringá é contra a abertura dos supermercados aos domingos e está convidando a população para uma audiência pública para tratar do tema na próxima quarta-feira (6/12), às 19 horas, na Câmara de Vereadores. Panfletos assinados pelo Conselho de Leigos e Leigas da Arquidiocese de Maringá e pela própria Arquidiocese foram distribuídos aos católicos que foram à missa neste domingo em praticamente todas as paróquias e afixados nas entradas das igrejas. O panfleto diz que “nem toda modernidade é bem-vinda. As vezes as novidades que se traduzem numa comodidade para a população, na verdade trazem consigo, de forma direta e indireta graves consequências à sociedade, principalmente para suas camadas mais pobres”. Diz, em nome de todos os 28 municípios que compõem a Arquidiocese de Maringá, que a “abertura do comércio como vem ocorrendo nos últimos meses, não cria novos postos de trabalho, nem garante os direitos dos trabalhadores”. “Na verdade – continua – vem escravizando-os, retirando os direitos sociais, afastando-os do convívio familiar, prejudicando-o culto dominical além de reduzir seus ganhos. O reflexo negativo se estende também aos pequenos comerciantes dos bairros e das cidades da região, que sofrem com o abuso do poder econômico das grandes redes supermercadistas”. O padre Emerson Cícero de Carvalho, da Paróquia São José Operário, explicou que o objetivo é apresentar à Câmara de Vereadores um projeto de lei regulamentando o trabalho aos domingos: “Para nós, da Igreja Católica, o domingo é um dia de descanso e de culto. Entendemos que pelo menos deve-se ter um espaço para o debate, antes de estabelecer medidas que mudam a cultura”. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), José Carlos Valêncio, disse que as pesquisas da entidade mostram que apenas uma rede de supermercados da cidade aumentou em 15% o número de funcionários a partir do início da abertura das lojas aos domingos. “Foram 250 novos empregos”, afirmou. Valêncio se disse preocupado com o uso do termo “escravidão” para quem trabalha aos domingos e ironizou: “Você vai abastecer o carro domingo de manhã e é atendido por um escravo. Você vai almoçar com a família e é atendido por um escravo. Vai ao cinema e é atendido por um escravo. Fica doente no domingo e um escravo te atende no hospital”. Segundo Valêncio, o debate é importante e faz parte do regime democrático, “mas o que chamam de escravidão nós chamamos, há muito tempo, de livre iniciativa”.



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