O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel
Rossetto, confirmou ontem à noite que o governo federal criará uma mesa de
negociação entre os caminhoneiros que fazem protestos no país e os empresários
para “avançar na questão do preço do frete”. A mesa vai agrupar sindicalistas
dos caminhoneiros, empresários e ministros. “Nós estamos instalando amanhã
[hoje] e coordenando uma mesa de negociações, de diálogo, entre empresários, representantes
das lideranças dos caminhoneiros, às 14 horas, para que possamos, num ambiente
de negociação direta, avançar na solução do preço do frete no país”, disse.
A decisão ocorreu após reunião entre ele, o titular do
Ministério dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, e o secretário executivo
do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira. No encontro, ficou acertado que o
Palácio do Planalto colocaria uma nova fórmula de preço para o frete como
carro chefe da articulação para debelar o bloqueio de rodovias pelos
caminhoneiros. “Nós estamos muito confiantes de que possamos voltar à
normalidade e recuperar um ambiente positivo de diálogo e de solução de grande
parte da pauta levantada pelos caminhoneiros”, disse.
Segundo o ministro, o governo busca preservar o abastecimento
para evitar prejuízo à já combalida economia em meio aos protestos. “O governo
tem tomado todas as medidas para evitar a obstrução das nossas rodovias, garantindo
assim o abastecimento da sociedade brasileira e evitando prejuízos a nossa
economia. Ao mesmo tempo, o governo tem estimulado uma negociação direta entre
empresários e lideranças dos caminhoneiros para resolver a questão do preço do
custo do frete, que afinal é o tema central dessas manifestações.
Sem negociação
O governo não pretende atender um dos principais itens da
pauta de reivindicações dos caminhoneiros: a redução do preço do diesel. Os trabalhadores
bloqueiam rodovias em todo o país em protesto à decisão do Palácio do Planalto
de ampliar a tributação incidente sobre combustíveis (Pis/Cofins e Cide). A
alta no preço do diesel, de R$ 0,15 por litro, deve reforçar o caixa com R$
12,18 bilhões em 2015. “Não está na pauta do governo a redução do preço do
diesel neste momento”, afirmou Rossetto.
Financiamento
Rossetto também afirmou que o BNDES está estudando a
prorrogação do
programa Pró Caminhoneiro, que financia a compra de caminhões
e equipamentos. O encerramento do programa está previsto para 31 de dezembro e,
entre os itens da pauta dos caminhoneiros, está o pedido de uma carência de
seis meses sobre dívidas contraídas. O ministro, contudo, não precisou se o
governo irá renegociar as dívidas e esticar o prazo de acesso ao Pró Caminhoneiro.