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Frankielen estava de dois meses quando teve hemorragia cerebral |
Frankielen da Silva Zampoli tinha 21 anos e estava
grávida de gêmeos quando teve uma hemorragia cerebral. A família e os médicos
do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, na Região de Curitiba, decidiram mantê-la viva, mesmo
depois da morte cerebral, para salvar os dois bebês. Deu certo: os bebês
nasceram na segunda-feira (20). Foram 123 dias
de uma batalha pela vida. De carinho, de dedicação, de acreditar no que parecia
impossível. Frankielen chegou ao hospital com uma hemorragia grave no cérebro.
Três dias depois, os médicos constataram a morte cerebral. A jovem não tinha
mais chances de viver, mas, dentro dela, batiam mais dois corações: o de Azaphi
e o de Ana Vitória. A gestação estava apenas começando, no segundo mês. A
equipe médica tinha, então, o desafio de manter o corpo da mãe funcionando para
que os dois bebês pudessem se desenvolver. "Nós precisávamos manter a pressão
adequada da mãe, a oxigenação adequada e manter todo o suporte hormonal e
nutricional dela", explica o médico Dalton Rivabem. Cada minuto, cada
avanço, cada resposta: foi uma gravidez monitorada 24 horas por dia e
comemorada nos detalhes por médicos, enfermeiros, nutricionistas,
fisioterapeutas e outros profissionais da saúde. Frankielen foi atendida pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os cuidados, estava uma ecografia todos os
dias. O principal desafio, contam os médicos, era a de fazer com que os bebês
sentissem o afeto que a mãe não podia dar. Para isso, família e equipe
acariciavam a barriga, conversavam e cantavam para os bebês. "Nós
trouxemos canções para as crianças: canções de crianças, canções improvisadas,
canções que nós fizemos exclusivamente para elas. A UTI ficou cheia de músicas
de amor e afeto", conta a capelã e musicoterapeuta Érika Checan. Foi no
hospital, cercada de carinho, que Frankielen ficou durante os sete meses de
gravidez e até os médicos não poderem mais esperar. Os bebês nasceram com a
saúde compatível com a de prematuros dessa idade. "A gente nunca se
prepara para perder um filho. A dor de perder um filho é muito grande. Para uma
mãe, é a pior dor. Ela foi guerreira até depois da morte, conseguiu dar vida
aos filhos dela. Vê-los, agora, é lindo", diz a mãe de Frankielen, Ângela
Silva. Hoje, os bebês ficam isolados porque precisam de muitos cuidados,
principalmente por causa do risco de infecção. Ana Vitória, que nasceu com um
1,4 quilo, é um pouquinho maior do que o irmão Azaphi, que veio ao mundo com
1,3 quilo. Para o pai e a avó dos irmãos, a hora mais importante do dia é o
momento da visita aos bebês. É um encontro especial, de olhares apaixonados, de
preencher o coração machucado. Os médicos avaliam que ainda é cedo para
arriscar dizer como eles vão se desenvolver e se ficou alguma sequela. Porém, o
histórico deles, certamente, aponta para a superação. "Foi um momento,
para mim, muito bom, de muita felicidade, dia após dia. Lá dentro, a felicidade
transborda, dá ânimo de vida na gente, né?! Não tem preço, sabe. A força vem
deles muito pra minha vida. Da minha esposa, vai ficar a saudade e o
aprendizado", explica o pai das crianças, Muriel Padilha. Após o
nascimento dos bebês, a família decidiu doar os órgãos de Frankielen. O corpo
dela está sendo velada na manhã desta quarta-feira (22) e deve ser enterrado
ainda nesta tarde, em Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba. Frankielen Zampoli tinha 21 anos quando sofreu
hemorragia cerebral. Ela foi mantida viva por mais de 100 dias para salvar os dois bebês. Frankielen da Silva Zampoli tinha 21 anos e estava
grávida de gêmeos quando teve uma hemorragia cerebral. A família e os médicos
do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo na Região de Curitiba, decidiram mantê-la viva, mesmo
depois da morte cerebral, para salvar os dois bebês. Deu certo: os bebês
nasceram na segunda-feira (20). Foram 123 dias
de uma batalha pela vida. De carinho, de dedicação, de acreditar no que parecia
impossível. Frankielen chegou ao hospital com uma hemorragia grave no cérebro.
Três dias depois, os médicos constataram a morte cerebral. A jovem não tinha
mais chances de viver, mas, dentro dela, batiam mais dois corações: o de Azaphi
e o de Ana Vitória. A gestação estava apenas começando, no segundo mês. A
equipe médica tinha, então, o desafio de manter o corpo da mãe funcionando para
que os dois bebês pudessem se desenvolver. "Nós precisávamos manter a pressão
adequada da mãe, a oxigenação adequada e manter todo o suporte hormonal e
nutricional dela", explica o médico Dalton Rivabem. Cada minuto, cada
avanço, cada resposta: foi uma gravidez monitorada 24 horas por dia e
comemorada nos detalhes por médicos, enfermeiros, nutricionistas,
fisioterapeutas e outros profissionais da saúde. Frankielen foi atendida pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os cuidados, estava uma ecografia todos os
dias. O principal desafio, contam os médicos, era a de fazer com que os bebês
sentissem o afeto que a mãe não podia dar. Para isso, família e equipe
acariciavam a barriga, conversavam e cantavam para os bebês. "Nós
trouxemos canções para as crianças: canções de crianças, canções improvisadas,
canções que nós fizemos exclusivamente para elas. A UTI ficou cheia de músicas
de amor e afeto", conta a capelã e musicoterapeuta Érika Checan. Foi no
hospital, cercada de carinho, que Frankielen ficou durante os sete meses de
gravidez e até os médicos não poderem mais esperar. Os bebês nasceram com a
saúde compatível com a de prematuros dessa idade. "A gente nunca se
prepara para perder um filho. A dor de perder um filho é muito grande. Para uma
mãe, é a pior dor. Ela foi guerreira até depois da morte, conseguiu dar vida
aos filhos dela. Vê-los, agora, é lindo", diz a mãe de Frankielen, Ângela
Silva. Hoje, os bebês ficam isolados porque precisam de muitos cuidados,
principalmente por causa do risco de infecção. Ana Vitória, que nasceu com um
1,4 quilo, é um pouquinho maior do que o irmão Azaphi, que veio ao mundo com
1,3 quilo. Para o pai e a avó dos irmãos, a hora mais importante do dia é o
momento da visita aos bebês. É um encontro especial, de olhares apaixonados, de
preencher o coração machucado. Os médicos avaliam que ainda é cedo para
arriscar dizer como eles vão se desenvolver e se ficou alguma sequela. Porém, o
histórico deles, certamente, aponta para a superação. "Foi um momento,
para mim, muito bom, de muita felicidade, dia após dia. Lá dentro, a felicidade
transborda, dá ânimo de vida na gente, né?! Não tem preço, sabe. A força vem
deles muito pra minha vida. Da minha esposa, vai ficar a saudade e o
aprendizado", explica o pai das crianças, Muriel Padilha. Após o
nascimento dos bebês, a família decidiu doar os órgãos de Frankielen. O corpo
dela está sendo velada na manhã desta quarta-feira (22) e deve ser enterrado
ainda nesta tarde, em Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba. ACESSE O LINK ABAIXO E ASSISTA A REPORTAGEM NA INTEGRA